domingo, março 06, 2005

TUDO O QUE SOU CAPAZ DE ESCREVER

A perfeição é uma divisão
De um lado os perfeitos
Do outro os imperfeitos
É preferível não dividir
O desperfeito prefere unir
Não vivemos em caixas
Pelo menos nem todos

Percebe a tua percepção
E compreendes a tua ilusão
Procura não procurar
Verás que encontras

Não vale a pena ter medo
Tudo o que existe e acontece
É natural e bem aceite
Por quem teme o medo

O amor não tem donos
Assim como o resto
O amor está em tudo
Ninguém o pode ter

Faz tudo e nada
São ambos o mesmo
Foge das palavras
Elas perseguem-te

O desnecessário é necessário
O necessário também o é
Tudo é necessário
Nada é preciso

Tudo e nada
Nada e tudo
Ser e não ser
Eis a solução

O bom é agradável
Mas sem o mau
Não é nada

Só ultrapassa limites
Quem os tem

O fim da contradição
É o começo do infinito